GitHub vai substituir termos considerados racistas na plataforma

Na sexta-feira (12), o CEO do GitHub, Nat Friedman, anunciou que a empresa vem trabalhando para substituir termos sensíveis que fazem referência à escravidão. A medida será tomada para remover termos que podem ser ofensivos para desenvolvedores da comunidade negra.

Entre eles, o GitHub pretende substituir terminologias como “mestre” e “escravo” por alternativas como “principal”, “padrão”, “primário” e “secundário”.

Outros termos, como “blacklist” e “whitelist”, também serão substituídos por alternativas como “allow list” e “deny/exclude list” – listas de “permitidos” e “negados/excluídos”.

Embora a mudança coincida com a onda de protestos do movimento #BlackLivesMatter contra a violência policial contra a população negra, outros projetos e empresas de código aberto também estão substituindo termos considerados sensíveis ou racialmente sugestivos.

Entre eles estão o Android Open Source Project (AOSP), a linguagem de programação Go e o Grammarly. Todos eles substituíram os termos “whitelist” e “blacklist” por “allowlist” e “blocklist”.

Momento de mudança

Essas terminologias, que carregam significados racialmente sensíveis, podem perpetuar estereótipos raciais. Embora não sejam termos diretamente racistas, eles podem reforçar e legitimar esses discursos.

O anúncio da mudança, feito no Twitter, foi conduzido por Una Kravets, uma desenvolvedora do Google Chrome. Ela tuitou que o projeto Chrome estava considerando renomear o termo “master” para “main” no código-fonte do navegador.

Kravets mencionou o GitHub e pediu apoio para promover mudanças em todo o setor. A partir daí, Friedman revelou que a empresa já estava trabalhando nesse assunto.

Conforme mencionado pela ZDNet, em 2014, o projeto Drupal já havia substituído o termo “slave” por “main”, por exemplo. O apoio do GitHub dá algum impulso para que milhões de projetos também eliminem a terminologia. Vale a pena observar que o GitHub foi adquirido pela Microsoft em junho de 2018.